Histórico

A Universidade Federal de Viçosa (UFV), pelo seu Projeto Pedagógico Institucional, enfatiza a responsabilidade social da instituição e o compromisso com o desenvolvimento e a socialização do conhecimento, resguardando sua identidade e especificidades em um sistema plural. Dessa forma, a extensão universitária na UFV afirma-se como atividade processual que, articulada ao ensino e à pesquisa, com a missão de enriquecer o processo pedagógico, socializa o saber produzido na academia e possibilita meios para a participação da comunidade na vida universitária. Neste cenário, vale ressaltar a atuação de professores e estudantes que vem exercendo atividades de Educação Ambiental (EA) em três áreas protegidas da UFV, conhecidas como Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental (EPTEA) Mata do Paraíso, Mata da Biologia e Horto Botânico. Localizadas dentro e fora do campus universitário no município de Viçosa, MG, as três áreas apresentam em comum a conservação da biodiversidade e a realização de atividades de EA. Nos primeiros anos de suas atuaçoes, os grupos extensionistas dessas áreas têm tido parceria permanente com escolas da região, com realização de atividades de extensão, pesquisa e educação ambiental, porém de forma desarticulada.

Posteriormente, buscou-se então a integração desses grupos, de forma a compartilhar as experiências de gestão em cada área, discutir princípios de educação ambiental e gestão compartilhada das áreas, produção de folder e cartilhas, assim como um encontro participativo com professores da rede pública de ensino. A troca de experiência entre os grupos Geia (Mata do Paraíso), Trilheiros do Sauá (Mata da Biologia) e membros do Horto Botânico, bem como a discussão de métodos participativos para a construção de material didático de EA foram temas do I e II Seminário de Áreas Protegidas (SAP) da UFV, respectivamente. A formação de um grupo articulador interdepartamental na UFV para discutir a integração do grupo visou o compartilhamento de informações entre os grupos, ação articulada com professores das escolas de Ensino Fundamental e Médio, e discussão com a administração superior da universidade com enfoque na gestão das áreas protegidas. O I SAP consistiu em importante momento de resgate histórico da atuação dos grupos na realização de atividades de EA e gestão das áreas. Desse encontro, foi construída uma agenda de ações que visaram a formação coletiva dos educadores e planejamento para uma gestão compartilhada das áreas protegidas. Já o II SAP buscou um referencial teórico para a construção de material didático de EA a ser trabalhado nas escolas, que resultou na realização de uma oficina com professores de escolas públicas de Viçosa visando a construção participativa de uma cartilha direcionada à prática de EA nas três áreas protegidas.

Nos dois encontros buscou-se definir referenciais teóricos da EA que possam ser trabalhados de forma crítica, havendo uma abordagem ambiental que favoreça a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global. O primeiro encontro resultou a produção de um folder referente ao “Circuito das Áreas Protegidas da UFV – Campus Viçosa”, apresentando as três áreas, as atividades de EA desenvolvidas e contato para agendamento de visitas. O folder faz parte da estratégia de ação integrada para a intercomunicação com as escolas da região e demais visitantes. Adicionalmente, oportunizar práticas educativas em ambiente de floresta que retrata o ecossistema local, possibilitando que os estudantes entrem em contato com conhecimentos além daqueles oferecidos dentro de sala de aula, contribui para que estes se sensibilizem da importância da conservação da biodiversidade para a qualidade de vida local e planetária.

Até o momento, a integração das áreas protegidas tem possibilitado a otimização de recursos financeiros direcionadas à execução das atividades de EA, como na produção de material didático; a definição dos princípios e referenciais teóricos para uma gestão integrada entre os grupos participantes; a interlocução compartilhada entre universidade e escolas públicas; e a maior interação entre professores de diferentes departamentos da UFV e áreas de conhecimento interligados com a temática de EA.